A Colonialidade do Espírito Santo no Pentecostalismo brasileiro
A sobreposição da branquitude em suas comunidades religiosas negras
DOI:
https://doi.org/10.61303/24525308.v3i5.51Palavras-chave:
Pentecostalismo, Colonialidade, Assembleia de Deus, Branquitude, NegritudeResumo
Este dossiê tem como objetivo apontar a colonialidade do Espírito Santo, pessoa integrante da Trindade Divina, no pentecostalismo brasileiro atual, em favor da branquitude na esfera do poder. A pesquisa aponta que existe um processo de invisibilização e apagamento que não permite a ascensão de agentes religiosos negros nas comunidades pentecostais, ainda que estas comunidades religiosas sejam majoritariamente formadas por negros e localizadas nas periferias. O texto busca refletir acerca do tema passando pelas raízes da fundação do pentecostalismo brasileiro e chegando até aos dias atuais. Observamos semelhanças com o catolicismo colonial quando os grupos que detém o poder no pentecostalismo passam a utilizar práticas que privilegiam um grupo de elite branca. Neste sentido, apresentamos aspectos mais amplos, abordando diferentes pontos de vista e possibilidades para compreender as diferentes abordagens sobre a colonialidade do Espírito Santo do pentecostalismo brasileiro. Aqui, trabalhamos com a perspectiva da matriz religiosa brasileira absorvida pelo movimento pentecostal e, ainda, trabalhamos aspectos das fronteiras de poder existentes entre os pastores das periferias frente a superioridade dos pastores presidentes das Assembleias de Deus.
Palavras-chave: Pentecostalismo; Colonialidade; Assembleia de Deus; Branquitude; Negritude.
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